Palavras são erros,e os erros são seus...
Não quero lembrar, que eu erro também.
Um dia pretendo tentar descobrir,
Porque é mais forte, quem sabe mentir...
Não quero lembrar, Que eu minto também..."
Renato Russo
Ok! Não costumo colocar músicas seculares no blog, mas tenho refletido muito sobre algumas. Tenho refletido em uma sociedade que classificado tudo, generalizando e jugando de acordo com os seus padrões mais adequados.
Partindo das músicas: Se é "gospel" pode (idenpendente se o que ela fala seja verdade bíblica ou heresia) e se é secular não pode (ainda que fale de verdades de uma sociedade ou de pensamentos altamente cristãos).
Essa letra contexta exatamente isso, o quanto é fácil apontar os erros dos outros para esquecermos dos nossos próprios erros. A hipocrisia sempre e ao mesmo tempo nunca esteve tão criticada, mas ao mesmo tempo tão vivida. John Burke usa uma frase que exemplifica muito isso.
"Muitos ainda precisam entender que todo mundo é hipócrita até certo ponto. A única questão é se percebemos e somos honestos quanto a isso."
Os não Cristãos criticam os cristãos por serem religiosos, por pregarem amor e não viver. Os Cristãos criticam os incrédulos por não terem um Deus e não viverem uma vida baseada na santidade. Os evangélicos criticam os católicos, por serem adoradores de imagens e dogmáticos. Os católicos criticam os evangélicos, por serem fanáticos e só pensarem em dinheiro. Por sua vez, os evangélicos tradicionais criticam os pentecostais por serem emocionais e por não praticarem a ordem no culto. Já os pentecostais criticam os tradicionais por serem racionais demais não darem espaço ao Espírito Santo. Os das igrejas com doutrinas rígidas criticam a igreja chamada emergente por não fazerem diferença no mundo e por adotarem práticas e vestimentas malíguínas que "não convém" a um crente. Já os das igrejas emergentes criticam aos de doutrinas mais rígidas, condenando-os por não contextualizarem o evangelho e por não fazer o papel de Cristo em andar com pecadores e amá-los.
Nas igrejas os grupinhos também fazem suas concepções. Os que tem uma vida constante de leitura e consagração criticam os que não têm por serem relaxados e carnais. Os que são menos disciplinados na busca cristã criticam o outro grupo por quererem ser "santos demais" e não aproveitar a vida. Os que buscam os frutos do Espírito não dão muita importância aos dons e criticam os que dão demasiada importância a eles. Já os que buscam os dons esquecem completamente que a árvore se conhece pelo fruto, e menosprezam os que fazem deles algo tão importante. Os que têm uma situação social mais elevada criticam os que não tem por usarem roupas fora da moda e sem ser de marcas e por só quererem frequentar locais de má qualidade. Os que nãõ podem bancar a vida social como a dos outros criticam estes de serem elitistas e de selecionarem suas amizades de acordo com classe social...
Bem e por aí vaí.. ainda poderia falar de homens X mulheres, namoros X corte, Jovens X Pais, Adoração X Pagode e etc, etc, etc. O que temos vivido mesmo é uma sequencia de divisões acompanhada de julgamentos. Quando paro pra abservar vejo que cada um desses argumentos tem a sua causa de verdade, cada lado erra sim em algum ponto de vista, mas isso não leva a crer que eu não erro em outro.
Minha intenção hoje não é defender o que está errado, mas fazer nós olharmos pra nós mesmos e vermos que nenhum de nós é completamente certo, por isso devemos olhar para o nosso próprio umbigo antes de usarmos nossas palavras somente para criticar.
Devemos entender que só houve um Perfeito, só Ele poderia realmente nos apontar sem nenhuma mancha que o acusasse, mas ainda assim Ele não fez.
E o maior exemplo de todos ainda nos deixou um recado:
"Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão.
Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo. E dizia-lhes uma parábola: Pode porventura o cego guiar o cego? Não cairão ambos na cova? O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito será como o seu mestre.
E por que atentas tu no argueiro que está no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho? Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão."
Lc 6: 36-42
Jaqueline Graziela